A rinoplastia é, provavelmente, a cirurgia estética que causa maior apreensão aos pacientes quanto ao resultado que se possa atingir, principalmente devido à grande divulgação de maus resultados.
É comum encontrarmos no nosso dia- a-dia pessoas que têm sequelas de rinoplastias,ou resultados insatisfatórios. Estes em geral são devidoao uso de técnicas inadequadas ou devidoa um erro de avaliação do próprio cirurgião.
No entanto, quando bem realizada, a rinoplastia leva a benefícios imensuráveis, tanto em em relação à parte funcional (respiratória) quanto à parte estética, levando a uma melhoria no bem-estar e auto-estima do paciente.
O nariz é o ponto central de harmonia da face, devendo ser tratado com delicadeza e conhecimento.
É importante salientarmos a diferença entre a cirurgia tradicional, chamada “redutora”, e as técnicas mais modernas, globalmente designadas de “rinoplastia estruturante”. Tradicionalmente, a rinoplastia clássica baseava-se, sobretudo, na ressecção das cartilagens nasais e redução do esqueleto osteo-cartilaginoso, procurando sempre como objetivo a obtenção de um nariz pequeno e arrebitado, sem ter muito em consideração as características próprias da face de cada paciente.
De certa maneira, tentava-se obter um determinado padrão de nariz, que muitas vezes simplesmente não estava em harmonia com o rosto do paciente.
Esta abordagem acabou por ser popularizada o termo “nariz de plástico”, pois o resultado que se obtinha permitia identificar facilmente a pessoa que fez esta cirurgia, o que geralmente não é algo desejado por quem se submeteu a este procedimento.
Muito desta facilidade de identificação do paciente operado advém do reconhecimento das sequelas provocadas por este tipo de cirurgia redutora.
Embora os resultados desta técnica pudessem parecer adequadosnum primeiro momento, o enfraquecimento da estrutura nasal, decorrente da ressecção excessiva destas cartilagens, ocasiona graves deformidades no pós-operatório tardio, conduzindo às sequelas estéticas e funcionais que observamos frequentemente nestes pacientes tais como ponta nasal afilada, rebaixamento exagerado do dorso, queda da ponta, perturbações na respiração, colapso da válvula respiratória, deformidades em V invertido, entre outros.
É evidente que existem pacientes que realizaram esta cirurgia e tiveram um resultado satisfatório, mas é justamente a padronização deste procedimento que levou ao aumento do número de sequelas.
Noutras palavras, usar a mesma técnica operatória para pacientes com tipos diferentes de nariz levou a uma grande quantidade de maus resultados.
A pergunta que se impõe não deve ser “Qual a melhor técnica de rinoplastia que se deve usar”, mas sim ”Qual a melhor abordagem necessária para este determinado paciente?“
Na sequência da nossa formação na Universidade do Texas, em Dallas, com os Drs. Jack P. Gunter e Rod J. Rorich, que são as maiores autoridades mundiais em rinoplastia, permitiu-nos ter uma nova e adequada visão na abordagem dos pacientes que desejam efectuar uma rinoplastia de forma a se obter um tratamento adequado e individualizado a cada uma das alterações estéticas e funcionais do nariz: a chamada rinoplastia estruturante.
Com esta nova abordagem, mudou-se significantemente a cirurgia de rinoplastia e sobretudo os resultados que são possíveis de se obter. Esta nova abordagem tem sobretudo dois aspectos significativamente diferentes da técnica clássica.
Em primeiro lugar, a mudança conceitual: não temos por objetivo produzir um determinado padrão de resultado, um “nariz operado”.
Através de estudos da harmonia facial e medições cefalométricas, planeamos as dimensões adequadas para aquele nariz em particular tendo em consideração as características próprias de cada paciente. Individualizamos assim os resultados, e cada nariz é planeado para ficar em harmonia com o rosto de cada paciente.
A seguir, a mudança de ordem técnica: a ressecção excessiva das cartilagens na rinoplastia tradicional levava ao enfraquecimento das estruturas e às sequelas tão comumente observadas nos pacientes operados por esta técnica, como o filamento da ponta, o dorso em sela, etc. O enfraquecimento das cartilagens, adicionado à forte acção cicatricial que o nariz apresenta sempre que é manipulado, provoca esta série de sequelas operatórias.
Actualmente, ao contrário de se ressecar as cartilagens e enfraquecer a estrutura nasal, com a rinoplastia estruturada utilizamos uma séria de enxertos, obtidos geralmente do próprio septo nasal, para reforçar o esqueleto osteo-cartilagineo e fortalecer a estrutura nasal, para efectuar uma contrária àcicatrizarão e desta forma tentamos prevenir que esta deforme o nariz a médio/longo prazo, permitindo resultados mais duradouros e previsíveis.
Por fim, a mudança do refinamento: na rinoplastia redutora tradicional, a abordagem era focada no abaixamento do dorso, encurtamento do nariz (arrebitar a ponta) e estreitamento da porção óssea, com a realização de fracturasnos ossos nasais. Tratava-se de uma abordagem muito limitada, uma vez que não conseguia atingir a ponto mais importante da beleza do nariz: a ponta nasal. Para efeitos comparativos, uma cirurgia de rinoplastia costumava durar entre 20 e 30 minutos quando, actualmente, uma rinoplastia estruturante bem realizada leva, em média, 2 horas.
É evidente que o grau de detalhamento, a finesse da cirurgia aumentou.
A realização deste tipo de cirurgia estética deve ser efectuada por um especialista cirurgião plástico e estético reconhecido, com alguns anos de prática, membro da Sociedade de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética e da Ordem dos Médicos do respectivo país, pois, tal como é de conhecimento geral, na actualidade, infelizmente, existem médicos gerais, médicos “estéticos”, médicos especialistas de outros áreas como ginecologistas, cirurgiões gerais, otorrinolaringologistas e outros que se aventuram no mundo das cirurgias plásticas e estéticas.
Não fique com dúvidas e antes de se decidir em fazer qualquer cirurgia estética poderá consultar o site da Ordem dos Médicos e da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética e verificar se o médico que escolheu tem as competências adequadas.
Para mais informações consulte o site www.faccia.pt.